São João da Boa Vista, 5 de maio de 2025 — A cidade de São João da Boa Vista vive momentos de dor e indignação com a morte de dois bebês de apenas dois meses de vida, após múltiplas idas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local. Os casos de Maitê e Antony Gabriel levantaram fortes suspeitas de negligência médica e colocaram em xeque a qualidade do atendimento emergencial prestado à população mais vulnerável.

Diante da repercussão e da pressão popular, a Prefeitura divulgou nesta segunda-feira (5) uma nota oficial, lamentando profundamente os acontecimentos e informando a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias dos atendimentos prestados às duas crianças.
“Determinamos a abertura de uma investigação para entender tudo o que ocorreu nos atendimentos realizados na UPA e verificar eventuais falhas”, diz o comunicado.
“Reiteramos nossa solidariedade às famílias e estamos à disposição para qualquer dúvida.”
A nota também cita o aumento sazonal de doenças respiratórias, como a bronquiolite, como fator agravante na procura por atendimentos pediátricos, e afirma que a empresa Ingex — responsável pela gestão da UPA há apenas dois meses — vem tentando, junto ao Departamento de Saúde, reforçar a equipe médica da unidade.
CASO MAITÊ: Bebê levada quatro vezes à UPA antes de falecer
A bebê Maitê foi levada quatro vezes à UPA antes de ser transferida em estado crítico para a Santa Casa e, posteriormente, à Unicamp, onde não resistiu. A mãe da criança, Eshiley Campos, relatou em entrevista exclusiva ao Fala São João que os primeiros sinais de bronquiolite foram ignorados. “Cheguei na UPA falando que ela estava cansada, e o médico disse que era apenas congestão nasal”, declarou, visivelmente abalada.
Mesmo após a piora dos sintomas, a criança foi liberada sem exames completos e, segundo a mãe, a internação recomendada não foi providenciada a tempo. A bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a transferência para Campinas e faleceu no caminho. O sepultamento de Maitê ocorreu na manhã do dia 1º de maio.
“Eu confiava 100% no sistema de saúde. Hoje estou destruída”, desabafou Eshiley.
“Com certeza vou atrás de justiça. Nenhuma mãe merece passar por isso que eu tô passando.”
CASO ANTONY GABRIEL: Segundo bebê morre com sintomas semelhantes
Poucos dias depois, um novo caso abalou ainda mais a cidade. Antony Gabriel, também com dois meses de vida, faleceu após ser atendido três vezes na mesma unidade. Familiares afirmam que os sintomas graves de bronquiolite foram confundidos com uma gripe comum e que a gravidade do quadro foi subestimada.
Assim como no caso de Maitê, a transferência para outro hospital só foi feita quando a criança já se encontrava em estado crítico. A morte de Antony reacendeu ainda mais a revolta da população nas redes sociais, onde muitos moradores denunciam negligência e cobram justiça.
“Queremos justiça pela morte do Antony e da Maitê! Isso não pode continuar acontecendo!”, disse uma parente do bebê.
Clamor por Justiça e Melhoria Urgente no Atendimento Pediátrico
Os casos escancararam falhas graves no atendimento emergencial infantil da UPA de São João da Boa Vista e trouxeram à tona um temor coletivo: a insegurança das famílias em confiar seus filhos ao sistema público de saúde da cidade.
A população exige respostas concretas e ações imediatas. Entre os pedidos estão:
- Investigação rigorosa dos casos;
- Responsabilização de eventuais culpados;
- Melhoria urgente na triagem e atendimento pediátrico;
- Reforço na equipe médica da UPA;
- Transparência nas medidas adotadas pelas autoridades de saúde.
A dor das famílias se mistura à revolta de uma cidade que clama por justiça. O Fala São João se solidariza com os familiares das vítimas, reafirma seu compromisso com a verdade e seguirá acompanhando cada desdobramento desta tragédia.
Para Entender:
Caso Antony:
Caso Maitê: