A transição da empresa INGEX, que deixou de prestar serviços ao município de São João da Boa Vista após o encerramento do contrato com o Conderg — nova empresa responsável pela continuidade das atividades administrativas na área da saúde — tem gerado incertezas e apreensão entre trabalhadores que perderam o vínculo empregatício com a INGEX no município.
Segundo relatos, parte dos funcionários já recebeu a rescisão contratual, porém outros ainda não tiveram acesso a nenhum valor nem à documentação necessária para dar entrada no seguro-desemprego, o que tem dificultado o acesso aos direitos trabalhistas. De acordo com a legislação trabalhista, o pagamento das verbas rescisórias deve ocorrer em até dez dias após o desligamento, prazo que, segundo os trabalhadores, já teria sido ultrapassado em alguns casos.
A situação é considerada ainda mais delicada para trabalhadoras gestantes, que relatam não ter recebido qualquer acerto financeiro até o momento, permanecendo em situação de indefinição quanto à garantia de seus direitos.
Os funcionários informam que foram convocados para a assinatura dos documentos rescisórios, porém relatam que nem toda a documentação exigida foi disponibilizada. Diante desse cenário, o sindicato da categoria deve tentar agendar uma reunião com a empresa na tentativa de obter esclarecimentos e buscar uma solução para os trabalhadores afetados.
Durante a mobilização no local, a Polícia foi acionada de forma preventiva para acompanhar a situação. Não houve registro de ocorrências graves.
De acordo com estimativas, cerca de 300 pessoas foram impactadas diretamente pela transição. Outro fator que gera preocupação é o fato de que o setor administrativo da INGEX deve entrar em recesso de final de ano a partir da próxima segunda-feira, o que pode atrasar ainda mais a resolução das pendências.
Ainda segundo informações repassadas aos trabalhadores, a empresa teria alegado que não recebeu os repasses financeiros necessários, o que estaria dificultando a conclusão dos acertos rescisórios. Até o momento, a Prefeitura de São João da Boa Vista não se manifestou oficialmente sobre o caso.
O tema também chegou ao conhecimento do Legislativo Municipal. O vereador Tomé e Helen estiveram no local conversando com os trabalhadores que perderam o emprego e também mantiveram diálogo no Departamento de Saúde. No entanto, segundo os relatos, não houve avanço prático até o momento.
Os trabalhadores seguem aguardando uma definição que assegure o pagamento das verbas rescisórias, a entrega da documentação necessária e orientações claras sobre os próximos passos. O espaço permanece aberto para manifestações da INGEX, do Conderg e da Prefeitura, caso queiram se posicionar oficialmente sobre a situação.
