Quarta-feira, Setembro 17, 2025

Setembro Amarelo: Psicóloga Renata Melo fala sobre os impactos dos vícios e a importância da rede de apoio

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael é o fundador e responsável pelo Jornal Fala São João, presente desde sua criação em 2012. Com uma atuação destacada no jornalismo, Rafael já publicou mais de 6.000 artigos, cobrindo uma ampla gama de assuntos, como notícias de última hora, ocorrências policiais e análises políticas, sempre comprometido em informar e conectar a comunidade de São João da Boa Vista e região.

Prevenção do Suicídio: entrevista exclusiva com a psicóloga Renata Melo

Em entrevista exclusiva ao jornalista Rafael Arcuri, do Fala São João, a psicóloga Renata Melo (CRP 06/203522) falou sobre sinais de alerta, os impactos dos vícios e o papel das redes de apoio na prevenção do suicídio. Confira a íntegra das respostas:


1. Quais sinais ou comportamentos você identifica como indicativos de risco de suicídio em pacientes?
Isolamento, falas como “minha vida perdeu o sentido”, autodepreciação na percepção de si, ausência de autocuidado físico, de forma perceptível e que não se confunde com estilo de vida, além do olhar perdido, entre outros.

2. Como o abuso de álcool e outras drogas influencia o risco de pensamentos ou tentativas de suicídio?
O uso abusivo de substâncias psicoativas, por si só, já traz prejuízos significativos. Elas geram momentos de euforia e sensação de “bem-estar”, mas, em seguida, provocam vazio quando seus efeitos passam. Nesse momento, pessoas com ideação suicida podem chegar a cometer o ato.

3. De que maneira os vícios em jogos ou internet podem contribuir para o aumento do risco de suicídio?
De forma semelhante ao álcool e outras drogas. No caso dos jogos, há o agravante da recompensa financeira, que gera euforia e sensação de “sucesso”. Quando começam as perdas, surge a frustração, acompanhada de prejuízos financeiros e isolamento social, trazendo o mesmo vazio que ocorre com as drogas.
Nas redes sociais, a busca incessante por padrões inalcançáveis, baseados em realidades idealizadas, gera frustrações. Sem suporte emocional para lidar com isso, vêm o vazio e a desesperança.

4. Qual é o papel de familiares e amigos na prevenção do suicídio e como eles podem oferecer apoio efetivo?
A família e os amigos formam a chamada rede de apoio, fundamental no processo de prevenção. É preciso respeito, compreensão e empatia, sem julgamentos. A escuta atenta, sem críticas, faz com que a pessoa se sinta acolhida e fortalece o vínculo para encaminhar ao apoio profissional. Buscar conhecimento sobre o tema também é essencial.

5. Como os profissionais de saúde mental podem atuar preventivamente junto a pacientes em situação de vulnerabilidade?
O acolhimento e a escuta qualificada são pontos de partida. Cada caso é único, mas campanhas permanentes de esclarecimento ajudam a tornar o tema parte do cotidiano. Assim, as pessoas podem se sentir mais seguras para procurar ajuda.

6. Qual é a importância de grupos de apoio e autoajuda, como Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA), na prevenção do suicídio?
Quando a pessoa em sofrimento psíquico encontra-se entre pares, sente-se pertencente e acolhida. Ao identificar pessoas na mesma situação e que conseguiram algum controle, ela tende a se engajar. Esses grupos são fundamentais em qualquer lugar.

7. Como o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) atua na proteção de pacientes com risco elevado de suicídio?
O CAPS é um serviço de saúde mental de porta aberta, sem necessidade de encaminhamento. Funciona como serviço de urgência em casos de suicídio. A pessoa é acolhida por uma equipe multiprofissional, passa por triagem e tem seu tratamento direcionado para o equipamento adequado do SUS. É um serviço essencial diante das implicações do suicídio.

8. Que estratégias podem ser adotadas para manter pessoas com tendências suicidas engajadas em tratamentos ou terapias?
O engajamento varia em cada caso. Fatores como a rede de apoio, um bom serviço de saúde mental e o apoio social da comunidade em que a pessoa está inserida fazem toda a diferença.

9. Quais são os principais desafios enfrentados pelos psicólogos ao lidar com pacientes que apresentam múltiplos fatores de risco, como dependência química e transtornos mentais?
O maior desafio é compreender em que estágio de dependência de álcool e drogas o paciente se encontra e obter o diagnóstico correto de possíveis transtornos mentais. Como cada caso é único, a individuação deve ser prioridade. São pessoas em grande sofrimento psíquico e fragilidade, por isso o cuidado precisa estar alinhado ao código de ética do psicólogo e baseado em teorias e práticas reconhecidas pela comunidade científica.

10. Que recomendações você daria à população em geral sobre como identificar e auxiliar alguém que possa estar pensando em suicídio?
Ao perceber mudanças de comportamento, aproxime-se sem ser invasivo. Escute com paciência e respeito, demonstrando preocupação e interesse em ajudar. Ofereça informações sobre onde buscar apoio e, acima de tudo, faça tudo com amor.

📞 Se você ou alguém que você conhece está em risco, procure ajuda imediatamente: CVV 188 – Atendimento gratuito e sigiloso, 24h por dia.

Renata Melo aparece em sua foto favorita ao lado de Mário Sérgio Cortella, registrada em 2023, após um show de Chico Buarque. Cortella, filósofo, escritor e professor brasileiro nascido em 1954, em Londrina (PR), é mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, onde atuou como professor-titular. Reconhecido como comentarista na mídia, palestrante e autor de destaque, já publicou diversos livros sobre vida profissional e ética, com mais de 3,8 milhões de exemplares vendidos.

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