A prefeita Teresinha se reuniu com os representantes de órgãos da área da Saúde para discutir ações preventivas contra a febre maculosa em São João da Boa Vista. O encontro ocorreu na terça-feira (20) no Gabinete Municipal e contou com a presença do diretor Fábio Ferraz, responsável pelo Departamento de Saúde; o médico-veterinário Willian Silva, diretor do Departamento de Proteção e Bem-estar Animal; Fernando César Anastácio, chefe do Setor de Vigilância Ambiental do Controle de Zoonoses; a enfermeira Ludimila Zan, chefe da Vigilância Epidemiológica; e o médico-veterinário Roberto Hoffmann, representante do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), órgão do Estado de São Paulo.
Durante a reunião foram alinhadas ações e medidas para evitar a propagação da febre maculosa no município. De acordo com Ludimila, até o momento, não há casos positivos na cidade. “A rede de atendimento está atenta e orientada quanto às ações quanto ao estudo epidemiológico e ao que fazer com esse paciente suspeito”, comentou. “Toda nossa rede de saúde pública e privada está preparada para receber os casos suspeitos”, completou a enfermeira.
Na ocasião, a prefeita Teresinha observou que desde 2018 não há casos confirmados da febre maculosa no município e reforçou a necessidade das medidas que estão sendo adotadas. “É muito importante essa participação de diversos setores para que ações sejam realmente efetivas de prevenção. Os papéis desses órgãos são fundamentais para sensibilizar o atendimento, fazer a notificação, a pesquisa epidemiológica e verificar se os casos estão negativos”, enfatizou.
MEDIDAS ADOTADAS
Recentemente a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo divulgou o mapa das áreas de risco de febre maculosa e São João está inclusa. Ludimila explica que o governo estadual definiu essas regiões por critérios próprios, sem a participação direta de representantes dos municípios. “Fomos informados através de boletins epidemiológicos. Tal fato nos coloca em estado de alerta para o controle ambiental, sensibilidade para casos suspeitos e assistência adequada”, explicou.
Apesar de não ter nenhum caso positivo de febre maculosa, o Departamento de Saúde está se mobilizando para conscientizar a população a respeito da doença e suas formas de prevenção. Para isso, está realizando o treinamento e a estruturação da rede de assistência e colocando placas informativas em áreas de maior risco. No caso de pessoas suspeitas de estarem infectadas, a rede municipal de saúde segue o mesmo protocolo de suspeição e tratamento precoce do Guia de Vigilância e dos manuais de febre maculosa.
O Centro de Controle de Zoonoses está vistoriando e orientando ações em locais com presença de capivaras e carrapatos, principalmente em áreas esportivas e de lazer com grande circulação de pessoas. Paralelamente a isso, a Vigilância Epidemiológica está sensibilizando a rede quanto ao critério de casos suspeitos, notificação e tratamento.
A DOENÇA
A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são: febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória. Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
O diagnóstico oportuno da febre maculosa é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças. No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e averiguará se o paciente mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato infectado, bem como solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.
O tratamento oportuno da febre maculosa é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte da pessoa. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma Unidade de Saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de sete dias, devendo ser mantida por três dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.