Terça-feira, Dezembro 30, 2025

Fotos: Parto raro de gêmeas é realizado na Santa Casa de Poços de Caldas

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael é o fundador e responsável pelo Jornal Fala São João, presente desde sua criação em 2012. Com uma atuação destacada no jornalismo, Rafael já publicou mais de 6.000 artigos, cobrindo uma ampla gama de assuntos, como notícias de última hora, ocorrências policiais e análises políticas, sempre comprometido em informar e conectar a comunidade de São João da Boa Vista e região.

A Santa Casa de Poços de Caldas registrou recentemente um parto considerado raro e de grande relevância na área da saúde materno-infantil. Duas gêmeas nasceram de parto normal em uma gestação gemelar monocoriônica diamniótica, condição pouco frequente na prática obstétrica, especialmente quando a via vaginal é possível e segura.

As gêmeas Agnes e Lilian nasceram com apenas 10 minutos de diferença, às 17h38 e 17h49, respectivamente, após 36 semanas de gestação. A mãe, Flávia Gabriela Rodofi Negrini Ferreira, de 23 anos, e o pai, André Luiz Ferreira Teixeira, de 25 anos, celebraram o nascimento das filhas após um acompanhamento cuidadoso realizado pela equipe da Maternidade da Santa Casa, sob responsabilidade da ginecologista e obstetra Dra. Júlia Viana.

Segundo a médica, o caso reúne diversos fatores que tornam o parto incomum. “Trata-se de uma gestação gemelar monocoriônica diamniótica, ou seja, os bebês compartilham a mesma placenta, mas estão em bolsas amnióticas diferentes. Para que o parto normal seja viável, é fundamental que ambos estejam cefálicos, de cabeça para baixo, o que felizmente aconteceu”, explicou.

Indução planejada e condução humanizada

A indução do parto foi eletiva, escolhida pela própria gestante após diálogo detalhado com a obstetra e a equipe hospitalar. Flávia já havia vivenciado um parto vaginal anterior, fator que contribuiu positivamente para a decisão clínica.

De acordo com a Dra. Júlia, foram utilizados dois comprimidos de misoprostol por via vaginal. Após a indução, a bolsa rompeu espontaneamente e as contrações evoluíram de forma rápida, sem necessidade do uso de ocitocina. “Respeitamos o desejo da paciente por uma condução mais natural, com acompanhamento atento e seguro”, destacou.

O processo teve início por volta das 9h da manhã e transcorreu sem intercorrências, resultado de um trabalho conjunto entre a gestante e a equipe multiprofissional. “A força de vontade da Flávia foi essencial. Ela teve paciência, persistiu e contou com uma equipe preparada, que aguardava esse parto com grande expectativa”, completou a obstetra.

Decisão compartilhada e segurança médica

A médica explica que, em gestações gemelares monocoriônicas monoamnióticas — quando há apenas uma bolsa amniótica —, a recomendação costuma ser a interrupção mais precoce da gestação, geralmente por cesariana. No entanto, o quadro clínico apresentado por Flávia permitiu a condução segura do parto normal.

“Como eram duas bolsas e os dois bebês estavam cefálicos, não havia contraindicação. Isso nos deu tranquilidade para conduzir o parto da melhor forma possível, sempre priorizando a segurança da mãe e das bebês”, afirmou.

A experiência da mãe

Flávia relata que o desejo pelo parto normal esteve presente desde o início da gestação. “Quando descobri que eram gêmeas, eu queria pelo menos ter essa possibilidade. Conversei bastante com a médica, entendi os riscos. Se precisasse de cesárea, tudo bem, mas não era minha primeira escolha”, contou.

Mesmo com a ansiedade natural, o parto surpreendeu pela rapidez. “Eu não imaginei que fosse tão rápido. A gente precisa manter a calma, respirar. Na hora da dor, chega a questionar a escolha, mas quando elas nascem, tudo passa”, relatou emocionada.

Ela também destacou o atendimento recebido na Santa Casa de Poços de Caldas. “Foi assim no meu primeiro parto e foi assim agora. Não tenho do que reclamar, toda a equipe foi maravilhosa.”

Durante a gestação, uma das bebês chegou a apresentar posições diferentes, o que gerava apreensão. “A Agnes sempre ficou cefálica, mas a Lilian já ficou sentada e até transversal. Quando ela virou, com 32 semanas, a médica disse que não havia mais contraindicação, que agora era só querer”, relembrou.

Recuperação e sentimento de conquista

No pós-parto, Flávia afirma estar segura da decisão que tomou. “O parto normal dá medo, muitas vezes por falta de informação, mas o pós-parto é muito tranquilo. Passou, acabou. Em poucos dias a gente já está bem”, afirmou.

Para a mãe das gêmeas, a experiência foi a realização de um sonho. “Foi tudo muito especial, com o apoio do meu marido e de uma equipe incrível. Um sonho que se tornou realidade”, finalizou.

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