Quarta-feira, Fevereiro 19, 2025

Médicos e empresários Sanjoanenses pressionam por tratamento precoce contra COVID-19

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael é o fundador e responsável pelo Jornal Fala São João, presente desde sua criação em 2012. Com uma atuação destacada no jornalismo, Rafael já publicou mais de 6.000 artigos, cobrindo uma ampla gama de assuntos, como notícias de última hora, ocorrências policiais e análises políticas, sempre comprometido em informar e conectar a comunidade de São João da Boa Vista e região.

Um grupo de médicos, entusiastas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e empresários do ramo da educação estão se organizando em grupos de Whatsapp para cobrar, em uma reunião presencial com a Prefeita Terezinha (DEM), a adoção do “tratamento precoce”, comprovadamente ineficiente para a doença.

O coquetel envolve ivermectina, azitromicina, hidroxicloroquina ou cloroquina. O maior estudo feito até agora sobre quatro destes tratamentos, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), demonstrou que nenhum deles salva vidas de pacientes com Covid-19.
Além disso, sobre o uso desses medicamentos, Gonzalo Vecina Neto, médico e professor do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP e que também já foi secretário nacional da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e diretor da Anvisa, diz que as drogas não apresentaram eficácia.

Quando realizados os testes em um grupo de pessoas, os medicamentos não demonstraram nenhuma eficácia contra a doença. “Pelo contrário, no caso da cloroquina, há um aumento da probabilidade da ocorrência de arritmias cardíacas”, afirma o especialista.

Entre as consequências do uso desses medicamentos sem necessidade e sem eficácia, pode-se citar o surgimento de superbactérias, no caso da azitromicina. Além disso, recentemente médicos têm relatado casos em que o uso da ivermectina comprometeu o fígado dos pacientes.

ESPECIALISTA
A nossa reportagem, Dra. Marta Salomão, sanitarista e ex-diretora do Instituto Adolfo Lutz, disse que “Espero que nossa Prefeita não aceite essa proposta pois é contra a ciência e segundo alguns estudos o uso dos medicamentos citados são prejudiciais e aumentam a mortalidade”.

O QUE DIZ A ANVISA
Ao longo da reunião que aprovou duas vacinas para o Brasil, os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deixaram claro em seus pareceres que a ausência de alternativas terapêuticas foi um dos critérios adotados para a aprovação do uso emergencial dos imunizantes, contrariando posição do Ministério da Saúde e do presidente Jair Bolsonaro.


Até o momento, a única recomendação de tratamento precoce são a vacina, o uso de máscaras e distanciamento social.

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