Bezos quer mais, muito mais. Ser o homem mais rico da Terra já é conquistazinha barata, sem charme e de mérito discutível. Provavelmente ele quer – e vai – se autoproclamar o homem mais rico de Marte, de Saturno, de Urano, de Mercúrio, de Vênus, de Júpiter e de Netuno.
Fincando a bandeira da Amazon nestes planetas, o que deverá ocorrer bem antes do que se imagina, Bezos será formalmente declarado o homem mais rico do universo. E até prova em contrário será verdade, já que a ciência desconhece outros mundos habitados.
Mas a sideral sacada do destemido Jeff virá depois. É sabido e confirmado cientificamente que há 300 milhões de mundos semelhantes à Terra apenas na Via Láctea. E olha que este número é conservador: várias estimativas apontam para a casa dos bilhões. Calculando por baixo uns sete bilhões de bípedes em cada globo, imagine o que o nosso sorridente calvo já deve estar maquinando…
Consta que os planos de Bezos são muito ambiciosos para conquistar este mercado potencialmente infinito. A ideia é fundar a Amazon Universal fora da órbita terrestre, e em consequência, fora de qualquer alcance tributário. Para ser ainda mais competitivo, Jeff recrutará mão de obra extraterrestre de planetas menos evoluídos, para que não tenha que pagar nada ou, pelo menos, ter menores custos trabalhistas.
As matérias-primas para produção de tudo o que a Amazon Universal comercializará virá, a princípio, da Terra. Porém, na ida e na volta da espaçonave, milhares de terráqueos estarão fazendo turismo interplanetário. Os ganhos de escala serão tamanhos que tornarão possíveis as excursões de grupos de terceira idade ávidos por piruetar sem gravidade, o que financiará o transporte das cargas indefinidamente. Isso sim, é o que se pode chamar de aproveitar a viagem.
Esta é uma obra de ficção.
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