Segunda-feira, Setembro 16, 2024

Pagu: Celebrando a vida e a obra da escritora sanjoanense Patrícia Galvão na Flip 2023

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael é o fundador do blog Fala São João, onde atua desde sua criação em 2012. Ao longo dos anos, ele publicou mais de 5.000 artigos sobre uma ampla gama de temas, incluindo notícias de última hora, acontecimentos policiais e questões políticas, entre outros.

A escritora sanjoanense Pagu foi anunciada como a autora homenageada da Flip 2023, segundo informações divulgadas por Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip. Em um ciclo de conversas no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, em São Paulo, antes do festival, serão realizadas mesas de discussão com o objetivo de explorar mais profundamente a obra de Pagu e seu legado. Essas mesas terão uma abordagem mais ampla, buscando atrair um público diversificado e menos especializado.

Fernanda Bastos, uma das curadoras da Flip, destacou a importância de Pagu e seu legado como uma personalidade multifacetada, cuja obra precisa ser conhecida, lembrada e discutida. A intenção é ampliar a divulgação da obra de Pagu, que foi uma inspiração para o movimento feminista e até mesmo para a música “Pagu” de Rita Lee. O objetivo é incentivar a leitura e o estudo de sua obra.

Milena Britto, outra curadora da programação, enfatizou a necessidade de apresentar uma visão mais ampla de Pagu, além de sua imagem como musa do movimento modernista. A intenção é explorar suas escritas e entender a mulher por trás da figura pública, alguém que não teve medo de se envolver em debates, era apaixonada pela liberdade e determinada a desafiar as convenções sociais.

Embora por muitos anos a obra de Pagu tenha ficado distante das livrarias, recentemente houve um interesse crescente por suas publicações. A Companhia das Letras publicou sua autobiografia, anteriormente intitulada “Paixão Pagu”, em 2020, sob o título “Autobiografia precoce”. Em 2022, a editora Nós lançou “Pagu no Metrô”, que retrata sua passagem por Paris. Além disso, há outras obras disponíveis e novos lançamentos estão previstos para aproveitar a homenagem na Flip.

QUEM FOI PAGU

Pagu, cujo nome real era Patrícia Galvão, nasceu em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista. Ela foi uma figura importante do modernismo brasileiro, que trocou os círculos intelectuais pelo ativismo e pela luta revolucionária. Pagu enfrentou o machismo e diversas adversidades ao longo de sua vida, sendo presa mais de 20 vezes por sua atuação política. Ela foi militante de esquerda, escritora, jornalista, tradutora e ilustradora. Sua obra mais conhecida é o romance “Parque Industrial”, publicado em 1933, que retrata a vida das trabalhadoras paulistanas.

Pagu teve um papel significativo no cenário político e cultural do Brasil e do mundo, sendo detida na França e posteriormente deportada para o Brasil. Ela manteve amizades com André Breton e Paul Éluard e se separou de Oswald de Andrade em 1935. Pagu passou dois anos presa e torturada devido às perseguições políticas. Ao longo de sua vida, ela colaborou com jornais de esquerda, dedicou-se ao teatro e candidatou-se ao cargo de deputada estadual pelo PSB.

A vida de Pagu foi retratada no filme “Eternamente Pagu”, dirigido por Norma Benguell em 1987, com Carla Camurati interpretando o papel principal. Sua história é marcada por sua coragem, determinação e compromisso com a luta pelos direitos das mulheres, pela justiça social e contra o autoritarismo.

A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) é um evento renomado no cenário literário brasileiro, e a escolha de Pagu como autora homenageada em 2023 reflete o reconhecimento de sua importância para a literatura e para a história do Brasil. A programação completa do evento ainda será anunciada, mas espera-se que seja um espaço para celebrar e discutir a obra e o legado de Pagu, bem como para promover a leitura de suas obras.

A homenagem a Pagu na Flip 2023 representa uma oportunidade valiosa para que mais pessoas conheçam sua contribuição para a literatura e para o ativismo político. Sua escrita engajada, seu espírito combativo e sua busca por liberdade e justiça continuam sendo relevantes nos dias de hoje.

É importante ressaltar que Pagu não apenas desafiou as convenções sociais e enfrentou as dificuldades de sua época, mas também deixou um legado que inspira as gerações seguintes. Sua coragem e dedicação à causa operária e ao feminismo são exemplos poderosos de resistência e empoderamento.

A Flip 2023 será uma oportunidade para reavivar o interesse pela obra de Pagu, expandir seu alcance e promover discussões significativas sobre seu trabalho. Espera-se que a celebração de sua vida e legado na Flip ajude a manter viva a memória de uma escritora notável que contribuiu para a literatura brasileira e para a luta pelos direitos das mulheres.

21ª FLIP

“21ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, de 22 a 26 de novembro de 2023: Pagu, a autora homenageada que brilhará em Paraty.”

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