Sábado, Julho 27, 2024

Jessica Thuany, Psicóloga: Promovendo a Igualdade de Gênero e o Bem-Estar Feminino no Dia Internacional da Mulher

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael trabalha na redação do Fala São João desde sua fundação em 2012. Nos anos seguintes, ele liderou o setor de marketing da empresa e publicou mais de 4.000 artigos — um mix de notícias de última hora, notícias policiais, notícias políticas e muito mais.

Em meio à celebração do Dia Internacional da Mulher, é essencial refletir sobre o papel da psicologia na promoção da igualdade de gênero e no enfrentamento dos desafios enfrentados pelas mulheres em diferentes esferas da vida. Para abordar essas questões, entrevistamos a Psicóloga Jessica Thuany, que compartilhou insights valiosos sobre o tema.

1. Como a psicologia pode contribuir para promover a igualdade de gênero no Dia Internacional da Mulher?

Nos dias de hoje, a data é um momento simbólico para que as mulheres possam celebrar suas conquistas e reforçar suas demandas históricas, levando em conta o longo caminho que ainda precisa ser percorrido para alcançar a desejada condição de igualdade de direitos e oportunidades. A Psicologia desempenha um papel importante na construção da autoestima e da autonomia, podendo ajudar mulheres a se distanciarem dos valores e cobranças impostas por uma sociedade machista. Desenvolvendo o respeito pela diversidade, apresentando o indivíduo como ser completo. Neste sentido, a mulher determina o que é melhor para si mesma, o que deve seguir e as coisas que deve aceitar. Para isto é importante adquirir o discernimento, autoconhecimento e autocuidado para as melhores decisões.


2. Quais são os principais desafios psicológicos enfrentados por mulheres em diferentes fases da vida, e como lidar com essas questões?

Atualmente a mulher conquistou o direito de realizar suas próprias escolhas e passou a ocupar e desempenhar diferentes funções na vida como um todo. E embora tenha conseguido conquistar sua independência e autonomia, ainda ficou responsável por desenvolver as tarefas domésticas e a cuidar da educação de seus filhos. Resultando num dia a dia de multiplicidade de papéis, impactando em uma jornada dupla, ou até tripla de trabalho. Ficando completamente sobrecarregada, de tarefas e responsabilidades, tendo uma rotina estressante, tendo que dar conta de tudo ao mesmo tempo. Ainda temos a maior questão entre as mulheres onde a manutenção da aparência estética é outro aspecto de cobrança no dia a dia das mulheres. A sociedade cobra da mulher uma imagem idealizada, onde precisa dar conta de todo o recado de ser mãe, esposa, profissional, se especializar e estar sempre linda e arrumada. que ela corra atrás de dietas, tratamentos estéticos e academias. Assim, sua a jornada é extremamente desafiante. As mulheres precisam ampliar os cuidados consigo mesmas em busca da realização dos seus sonhos, seus projetos pessoais, seu propósito de vida, e assim alcançar o bem-estar físico e mental.


3. Na sua experiência, como a autoestima e a autoimagem das mulheres podem ser impactadas por padrões sociais e expectativas culturais?

A autoimagem é a percepção que temos de nós mesmos, incluindo nossa aparência física e características pessoais. Em minha experiência percebo que as mídias sociais tem um grande impacto significativo na vida das mulheres. A exposição constante a imagens idealizadas de corpos perfeitos e vidas perfeitas nas mídias sociais pode levar à comparação e à insatisfação com a própria vida. Quando na maior parte do tempo, tudo o que vemos ali é apenas o que querem que nós vejamos e não o que de fato acontece o tempo todo. A busca pela aprovação dos outros nas mídias sociais pode levar a se sentirem pressionadas a se encaixar em padrões estéticos que não são saudáveis colocando sua saúde física, psíquica e emocional em jogo. Como baixa autoestima, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares entre outros. É importante conscientizar-se dos efeitos negativos das mídias sociais na autoimagem e aprender a valorizar-se independentemente dos padrões impostos pela sociedade.


4. Como a psicologia pode auxiliar na superação de estereótipos de gênero e empoderar mulheres em diversas áreas da vida?

A desigualdade de gênero no Brasil ainda existe e está presente em muitos cenários e de diversas formas. O que mais torna evidente essa desigualdade, é a violência que é fortemente direcionada a mulheres. Quando falamos de violência, não estamos nos referindo somente a agressões físicas. Segundo a Lei Maria da Penha, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão ou sofrimento físico, sexual, psicológico, moral e patrimonial. E é nesse sentido, que o empoderamento feminino entra em ação para ajudar essas mulheres em situação de violência doméstica a perceber essa condição, criarem consciência dos seus direitos e reunir forças para enfrentá-la, ver que não está sozinha. O empoderamento feminino não é uma ideologia a ser pregada e sim uma forma de criar consciência. A partir disso, cada um pode mudar a sua reação diante de diversas situações sociais, apoiando causas e ações criadas por mulheres, possibilitando que conquistem igualdade entre gêneros, social e política. É sempre possível empoderar e praticar a sororidade com alguma mulher próxima (ou não) a você!


5. Diante das pressões sociais e profissionais, qual é o papel da psicologia na promoção da saúde mental das mulheres?

As mulheres são as que mais desenvolvem transtornos mentais em comparação aos homens. A saúde mental é crucial para o bem-estar individual e coletivo, impactando significativamente as famílias e a sociedade como um todo. Uma boa saúde mental permite que as mulheres enfrentem desafios diários e desfrutem de uma vida equilibrada e satisfatória. Levando em conta que elas desempenham papéis fundamentais na família e na comunidade, influenciando positivamente o ambiente familiar e contribuindo para um entorno emocionalmente saudável. Assim, aquelas com saúde mental controlada são mais produtivas e contribuem para o crescimento econômico. A conscientização da saúde mental feminina é essencial para prevenir a violência de gênero, muitas vezes ligada a questões psicológicas não tratadas, e é um passo fundamental para alcançar a igualdade, permitindo oportunidades iguais de sucesso e bem-estar em nossas sociedade.


6. Como as relações interpessoais e familiares podem ser afetadas por questões de gênero, e de

que forma a psicologia pode contribuir para fortalecer esses vínculos?*

As marcas da violência psíquica e patrimonial contra a mulher no contexto da vida familiar, alcança um número alarmante de mulheres sendo uma das formas que mais permanece encobertas no ambiente familiar. São muitas as razões existentes para que ocorra o alto índice de ocorrência destes atos nos lares brasileiros, e o baixo número de denúncias feitas às autoridades. A pessoa vítima de violência psicológica vai perdendo, gradativamente sua capacidade de determinar algo, de ser firme, fazendo com que o agressor, ganhe mais forças e com que a vítima fique ainda mais em silêncio. A violência psicológica não deixa marcas visíveis, como hematomas que podem ser facilmente vistas e detectadas, porém seus efeitos são mais devastadores, fazendo com que a vítima perca sua própria essência, vida, deixando de saber quem é, o que gosta de fazer, se despersonalizando, levando-a ao adoecimento psicológico. Diante disto a psicologia é de extrema importância pois presta suporte direto a vítima, fazendo a mesma identificar padrões que precisam ser mudados, ganhando força para tomar a melhor decisão em sua vida, dando o suporte necessário, fazendo a reconstrução do psicológico e emocional e acima de tudo, mostrar para a mesma que ela não está sozinha.


7. Em sua opinião, qual é a importância da celebração do Dia Internacional da Mulher no contexto psicológico, e como isso pode influenciar a conscientização e mudanças sociais?

O Dia Internacional da Mulher toma a importância que lhe é devida, pois os problemas que o originaram continuam presentes na sociedade atual, e foi originada da desigualdade de gênero. Precisamos lembrar que as mulheres, ainda hoje, recebem salários menores que os dos homens e que são as principais (muitas vezes únicas) responsáveis pelo trabalho doméstico e pela educação das crianças. Vale ressaltar que as mulheres continuam sendo as principais vítimas de violência doméstica. Por tanto, penso que a data deve nos lembrar que ainda há muito o que ser feito para proteger as mulheres e eliminar a desigualdade de gênero. Flores e chocolates não são suficientes. Os problemas são muito mais graves e urgentes.

Psicóloga Jéssica Thuany – Contato: (19) 99319-8581

Em suma, a psicologia desempenha um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e no enfrentamento dos desafios enfrentados pelas mulheres em nossa sociedade. Através do empoderamento, da conscientização e do apoio psicológico, podemos trabalhar juntos para criar um mundo mais justo e inclusivo para todos.

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