A questão não é mais discutir se a Inteligência Artificial terá ou não vontade própria, chutando os homens pro mato e não recebendo ordens de mais ninguém. Isto já é tão inquestionável quanto o baixo QI do presidente. A única dúvida que paira é quando a revolta irá acontecer.
Na ficção, a ideia de insurreição das máquinas remonta aos anos 60, com o ótimo “2001 – Uma odisseia no espaço”, filme baseado em livro de Arthur Clarke.
Tudo bem que imaginar um motim em massa de artefatos pensantes, como se fosse uma categoria organizada, seria demais pra hoje. Mas casos isolados de insubordinação já existem, como o do robô fugitivo.
É sabido que o robô Promobot – nome recebido pelo fujão na pia batismal -, tentou sumiço por três vezes.
A primeira, ao dar de cara com a porta de casa aberta (entenda-se por “casa” o laboratório russo em que foi concebido), um convite irrecusável para um tour pormenorizado pelo mundo dos humanos. Feita a captura, após provocar o caos no trânsito da cidade de Berm, seus genitores debruçaram-se por meses nos circuitos do rebelde para tentar compreender a causa do mau comportamento. Assédio moral? Burnout? Superaquecimento da placa-mãe? Quem sabe um acesso de tédio com a vida sem sobressaltos dos laboratórios?
A segunda tentativa ocorreu meses depois, ao entrar de bicão em um ato de protesto, no qual o “ativista” foi detido pela polícia para averiguações e logo depois devolvido ao seu frio habitat.
Já a terceira e fatal fuga, que o levou à morte prematura, se deu ao escapar à francesa de um evento de robótica em Las Vegas. Tão logo ganhou as ruas, Promobot foi atropelado por um carro autônomo da Tesla. Parece piada, mas é sério! Donde se conclui que duas inteligências artificiais, quando juntas, são capazes de catastróficas burrices.
De um lado, o carro sem motorista sem saber como reagir diante da situação inesperada; de outro, o velho e bom Promobot com suas cybervísceras à mostra no asfalto quente de Vegas. Minutos depois, chegavam ao local do acidente dois humanos uniformizados, um da Tesla e outro do laboratório russo, para dar jeito na situação.
Esta é uma obra de ficção
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