O estudo “Use of mobile apps for controlling of the urinary incontinence: A systematic review” ganhou destaque mundial e foi considerado, pela Wiley — editora internacional focada na publicação de trabalhos acadêmicos —, como um dos artigos mais citados por outros pesquisadores no período de 2020 e 2021.
A obra é um dos quatro produtos provenientes da tese de doutorado desenvolvida, em 2020, pela Reitora da UNIFAE, a Profa. Dra. Anita Bellotto Leme Nagib, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Cirurgia da UNICAMP, sob orientação dos pesquisadores Profa. Dra. Simone Botelho e Prof. Dr. Cássio Riccetto.
O estudo, que aborda o uso de aplicativos móveis no controle da incontinência urinária feminina, foi conduzido por meio de revisão sistemática de literatura, que compõe o topo da pirâmide dos tipos de estudos que constroem a evidência científica.
Nesse tipo de trabalho, os pesquisadores reúnem todos os estudos publicados ou não para responder uma pergunta específica de forma objetiva e imparcial. Para isso, utiliza métodos sistemáticos e definidos a priori na identificação e seleção dos estudos, extração dos dados e análise dos resultados.
Como os pesquisadores trabalham com mulheres que sofrem de incontinência urinária, o objetivo principal foi avaliar o impacto do uso dos aplicativos móveis no controle dos sintomas de incontinência urinária por meio do treinamento da musculatura do assoalho pélvico, quando comparado ao plano de tratamento postal (enviado ao paciente), além de avaliar como o uso do aplicativo pode afetar a qualidade de vida dos usuários e adesão ao tratamento. Os autores perceberam que a terapia de lembrete parece ser uma estratégia promissora para controlar a incontinência urinária.
Em 2020, quando o estudo foi publicado, o assunto ganhou ainda mais destaque devido às condições impostas pela Pandemia por COVID-19, que desencadeou a necessidade de usar tecnologias para a atenção à saúde por meio de telemedicina e telereabilitação.
Segundo a Profa. Simone Botelho, as alternativas de assistência aos pacientes com monitoramento por meio de aplicativos, imposta pelo distanciamento social ou até mesmo pela dificuldade dos indivíduos para realizar o tratamento presencial, parece ser uma opção interessante para facilitar a aderência aos tratamentos e até mesmo facilitar o acesso a profissionais que muitas vezes estão geograficamente mais distantes.
“É válido ressaltar que nada substitui a consulta inicial e que após conhecer as necessidades de cada indivíduo, o profissional pode traçar as estratégias usando as tecnologias que estão à disposição. Essas estratégias são cada vez mais parte do nosso cotidiano”, destaca Simone.
O estudo contou ainda com a colaboração interinstitucional de pesquisadores de outras três universidades: Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE-SP) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
É importante destacar que o grupo de pesquisa vem estudando o uso de tecnologias no tratamento das disfunções do assoalho pélvico por meio de realidade virtual (gameterapia) e criando outras facilidades para pessoas que necessitam de espaços de higiene com qualidade, como é o caso do aplicativo Startopee, criado também por pesquisadores do grupo UroFisioterapia UNICAMP & UNIFAL-MG.
