1. Como surgiu a ideia de criar o Family Cirkus e manter viva a tradição do circo em família?
Não era um sonho ter um circo, mas hoje sabemos que é um propósito! Nós trabalhávamos há mais de dez anos em um mesmo circo, que seguia itinerante rumo à Bahia. Na época, estávamos no Rio de Janeiro, porém eu, Talita, sou portadora de uma doença chamada esclerose múltipla e faço tratamento na Unicamp, em Campinas, São Paulo.

Seria muito difícil conciliar estando tão longe. Pensamos então no que iríamos fazer e, dentre as conversas, surgiu a ideia de montar um pequeno circo para nossa família. Porém, o João Lucas é autista e, na época, com 6 anos, não entrava no circo e não demonstrava nenhum interesse, já que um circo tem muito barulho e aglomeração, então não seria viável. Em uma conversa sobre uma lona, João Lucas chegou perto de nós, abraçou o pai e disse: “Vamos montar nosso próprio circo? Estou com vocês.” No outro dia, já começaram os ensaios e ele quis se apresentar com o irmão Luan, que já se apresentava desde 1 ano no palco. Assim vimos um novo futuro e começou a formação do FAMILY CIRKUS.
2. Qual é a proposta central do espetáculo que vocês apresentam atualmente?
Nosso foco é resgatar a simplicidade de um circo familiar e entregar entretenimento saudável, sem palavrão, sem sensualidade, mas com muita alegria e diversão para as famílias que prestigiam nosso circo. Também falamos de inclusão de dentro para fora, já que nosso autista artista Lukinha dá um show no palco, sendo inspiração para tantas famílias por onde passamos, mostrando que não há limites quando se tem amor, foco e persistência.
3. Quais números ou atrações o público não pode perder?
Temos atrações circenses como equilibrista, malabarista (com o menor malabarista do Brasil), palhaços, bambolês e personagens que as crianças amam: Stitch, Peppa Pig, Bolofofos. Há ainda uma linda homenagem do nosso autista artista aos seus grandes ídolos, Chaves e Michael Jackson. Além disso, os dinossauros vão invadir o palco do circo, com um T-Rex de 6 metros.
4. Como vocês equilibram entretenimento e mensagens inspiradoras no espetáculo?
Nós somos uma família atípica, e quando as famílias atípicas entram no nosso circo e se deparam com pessoas como elas, é muito legal. Todos nós temos problemas, frustrações e decepções, passamos por doenças ou luto, e as pessoas saberem que no nosso circo serão bem-vindas e aceitas como são é muito gratificante. Falar e rir de tudo isso é a melhor maneira de viver.
5. Que momentos do circo são pensados especialmente para as crianças?
Todo o espetáculo é pensado na criança. Todas as apresentações são temáticas. Nós criamos um espetáculo leve e interativo, com foco em fazer as crianças se divertirem; com isso, os adultos ficam felizes e satisfeitos. Afinal, quem não gosta de ver o filho feliz?
6. Como o Family Cirkus incentiva que as famílias criem memórias juntos durante a apresentação?
Nosso foco é ver a família se divertir. Durante o espetáculo, em algumas apresentações, todo o público é convidado a ficar em pé e dançar com seus filhos. Podem ter certeza de que esse momento fica marcado nos corações das crianças.
7. Como o circo aborda temas como inclusão e diversidade na prática?
Aqui a inclusão é de dentro para fora, começando pelo nosso autista artista. Ele fala sobre o autismo durante o espetáculo e como viver no circo abriu portas para seu desenvolvimento. Fazemos questão de deixar nosso público à vontade. Sabemos como é desafiador sair com crianças, principalmente autistas e PCDs, então gostamos de criar um ambiente confortável para que todos possam se divertir no Family Cirkus.
8. Poderiam contar um pouco sobre a experiência do Lukinha, artista autista, no palco?
Lukinha tem 15 anos e começou sua carreira aos 6 anos como palhaço e equilibrista. Ele também canta, dança Michael Jackson — que é seu hiperfoco — e toca bateria na apresentação de malabares do irmão Luan. Viver no circo trouxe a ele muita autonomia e independência, por isso é uma inspiração para tantas famílias atípicas.
9. Qual é a reação mais comum do público ao final de cada apresentação?
Muito positiva. As pessoas levantam de seus lugares para elogiar nosso espetáculo, por toda representatividade. Nós ficamos muito felizes e honrados por poder proporcionar esses momentos para as pessoas.
10. Que mensagem ou ensinamento vocês gostariam que o público levasse para casa após o espetáculo?
Um dia sem sorrir é um dia perdido. Então vamos sorrir mais, aproveitar mais momentos em família, valorizar as coisas simples da vida e lembrar que a inclusão começa de dentro.
11. Algumas fotos do circo! Venha conferir! Estreia sexta-feira, 17 de outubro! 🎪







