A jovem Natasha Cristina Curimbaba será julgada pelo Tribunal do Júri de Poços de Caldas, após decisão da 2ª Vara Criminal da comarca local. Ela é acusada de assassinar o namorado, Pedro Granato Oliveira, em julho de 2024, com um golpe de faca no pescoço. O processo segue sob a tipificação de homicídio qualificado, com agravante de dificultar a defesa da vítima, conforme o artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal.
Crime ocorreu no Morro do Chapéu
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o crime aconteceu no dia 28 de julho de 2024, por volta das 19h, em um local conhecido como Morro do Chapéu, no bairro Parque Vivaldi Leite Ribeiro. O casal havia participado de um churrasco no condomínio onde moravam antes de seguir de carro até o ponto onde o assassinato ocorreu.
Pedro foi atingido por um golpe profundo no pescoço. O laudo do Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte foi broncoaspiração de sangue, decorrente do corte na região da garganta. Imagens de câmeras de segurança mostraram Natasha retornando sozinha ao condomínio pouco depois do ocorrido. No dia seguinte, ela foi vista deixando o prédio com malas.
Segundo as investigações, mesmo ferido, Pedro ainda tentou buscar ajuda descendo uma ribanceira próxima, mas não resistiu.
Transtornos mentais são alegados pela defesa
A defesa de Natasha alega que ela sofre de transtornos mentais que comprometem sua capacidade de compreender os próprios atos. Laudos médicos apontam histórico de transtorno de personalidade borderline, psicose induzida por substâncias e episódios de comportamento agressivo. Ainda assim, o juiz entendeu que os documentos apresentados não demonstram inequivocamente a incapacidade total de discernimento por parte da ré no momento do crime.
A decisão judicial ressaltou que, apesar das evidências de abalos psicológicos, há indícios de que a jovem mantinha certa autonomia e funcionalidade em sua vida cotidiana.
Ré segue internada provisoriamente
Com base no princípio do in dubio pro societate — que preconiza que, diante de dúvidas relevantes sobre a culpa do acusado, o caso deve ser submetido ao julgamento popular — a Justiça decidiu pela pronúncia da ré. Dessa forma, caberá ao Tribunal do Júri determinar a responsabilidade criminal de Natasha.
Ela permanecerá internada provisoriamente até a realização do julgamento, cuja data ainda não foi definida. A unidade responsável por sua custódia já foi comunicada sobre a decisão.
Histórico de violência
O caso de Pedro Granato não é o primeiro episódio violento envolvendo Natasha. Conforme informações da Polícia Militar, ela já havia sido acusada de agredir com faca um ex-namorado, a mãe dele e uma amiga, em ocasiões anteriores. Em ambas as situações, há registros de que a jovem apresentava sinais de surto psicótico. Para os investigadores, o padrão de ataque, com ferimentos na região do pescoço, se repete de forma preocupante nos casos atribuídos a ela.
Além disso, Natasha possui histórico de envolvimento com entorpecentes, o que pode ter influenciado seu comportamento em episódios anteriores, segundo apontaram os laudos.
O julgamento promete ser um dos mais marcantes da cidade, não apenas pela gravidade do crime, mas também pelos debates jurídicos envolvendo saúde mental, violência doméstica e responsabilidade penal.