Terça-feira, Junho 3, 2025

Fevereiro Roxo: Alzheimer, fibromialgia e lúpus são condições crônicas que recebem atenção durante o mês

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Rafael Arcuri
Rafael Arcuri
Rafael é o fundador e responsável pelo Jornal Fala São João, presente desde sua criação em 2012. Com uma atuação destacada no jornalismo, Rafael já publicou mais de 6.000 artigos, cobrindo uma ampla gama de assuntos, como notícias de última hora, ocorrências policiais e análises políticas, sempre comprometido em informar e conectar a comunidade de São João da Boa Vista e região.

Abordagem multidisciplinar evita a progressão das doenças, afirma neurocirurgião e pesquisador da Unicamp

A campanha Fevereiro Roxo atenta para a conscientização de três condições que trazem impactos coletivos: Alzheimer, fibromialgia e lúpus. A prevenção, o diagnóstico precoce e tratamentos são o alvo das discussões durante o período. 

Em comum, essas doenças são crônicas, ou seja, persistem ao longo do tempo e não têm cura definitiva. Elas também geram incapacitação funcional, mas, com auxílio especializado, podem ser administradas para que os pacientes tenham qualidade de vida e longevidade. 

Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa o declínio progressivo das funções cognitivas, com mudanças na memória, comportamento e raciocínio dos pacientes. Segundo o Ministério da Saúde, são 1,2 milhão de casos no país, e 100 mil novos diagnósticos anualmente, com prevalência em idosos. 

A prevenção do Alzheimer é feita durante toda a vida. “A manutenção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, uma dieta balanceada, estímulo cognitivo e o controle de condições como hipertensão, diabetes e colesterol, devem ser incentivadas para evitar o desencadeamento da doença na terceira idade”, explica o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp. 

O diagnóstico precoce pode retardar o avanço inevitável da doença. Os tratamentos disponíveis incluem medicamentos para estabilizar os sintomas e proporcionar mais independência aos pacientes, enquanto terapias complementares, como fisioterapia, acompanhamento psicológico e estimulação cognitiva mantêm o paciente ativo e engajado.

Fibromialgia

A fibromialgia, caracterizada principalmente por dor crônica persistente, fadiga e mudanças de humor, afeta 2% da população brasileira. No entanto, ainda é frequentemente subdiagnosticada e mal compreendida.

A condição é complexa e envolve sintomas além da dor. Sinais como fadiga, distúrbios do sono, problemas cognitivos (conhecidos como “névoa cerebral”), rigidez muscular e sensibilidade aumentada em várias partes do corpo podem ser indicativos da fibromialgia, que tem o diagnóstico desafiador devido a semelhança dos sintomas com outras condições médicas.

“O tratamento auxilia a prevenir as crises, gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes para que seja possível ter uma vida plena”, avalia o médico. Além dos medicamentos, é necessário incluir tratamentos como fisioterapia, a introdução de exercícios físicos leves na rotina, terapia ocupacional, técnicas de relaxamento, mudanças na dieta e estilo de vida, entre outras abordagens multidisciplinares. 

Lúpus

Com períodos de atividade e remissão, o lúpus afeta aproximadamente 65 mil brasileiros, mas o subdiagnóstico, o que pode atrasar tratamentos adequados e impactar a qualidade de vida dos pacientes. 

Por ser uma doença autoimune – quando o sistema imunológico ataca os próprios tecidos do corpo -, o quadro clínico é diversificado, com indícios como fadiga, dores articulares, lesões cutâneas, sensibilidade ao sol e problemas renais, entre outros sintomas que podem se sobrepor a diferentes doenças. 

“O tratamento tem como objetivo controlar os sintomas, prevenir danos permanentes aos órgãos afetados e proporcionar mais qualidade de vida às pessoas”, explica o especialista. Entre as abordagens terapêuticas, estão os medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e corticosteroides, que devem ser associados a mudanças no estilo de vida, como proteção solar rigorosa, manejo do estresse e atividade física moderada.

Tratamento individualizado e empatia

Condições complexas como Alzheimer, lúpus e fibromialgia necessitam de tratamento individualizado para um cuidado integral, uma vez que cada uma apresenta manifestações únicas e requer abordagens específicas para atender às necessidades de cada paciente. 

Adicionalmente, o tratamento complementar, com a prática de exercícios, alimentação balanceada e atividades adequadas para cada quadro, promove benefícios tanto físicos quanto emocionais. Estratégias complementares, integradas aos tratamentos médicos convencionais, oferecem um cuidado mais abrangente e aumentam o bem-estar e a autonomia dos pacientes no dia a dia.

Todas as condições envolvem desafios emocionais e sociais que afetam não apenas os pacientes, mas também suas famílias. Compreender as limitações impostas pelo Alzheimer, o impacto imprevisível do lúpus e a dor persistente da fibromialgia é fundamental para estabelecer um vínculo de confiança entre profissionais de saúde e pacientes. “A escuta ativa e o reconhecimento do sofrimento emocional ajudam a fortalecer a adesão ao tratamento e a melhorar a qualidade de vida, promovendo um cuidado mais humano e efetivo”, destaca o Dr. Marcelo Valadares. 


Sobre o Dr. Marcelo Valadares:

Dr. Marcelo Valadares é médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor.

O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.

No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.  

Mais informações:

www.marcelovaladares.com.br

Instagram: @drmarcelovaladares

Facebook: facebook.com/drmarcelovaladares

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