Sepultamento de Maitê aconteceu nesta quinta-feira, 01 de maio de 2025, às 10h
A cidade de São João da Boa Vista está abalada após a morte da bebê Maitê, de apenas dois meses, que faleceu após ser levada quatro vezes à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade. Em entrevista exclusiva ao Fala São João, Eshiley Campos, mãe da criança, denuncia falhas graves no atendimento e fala em negligência médica em emergência pediátrica.
Primeiros Sinais Ignorados: “Disse que era apenas congestão nasal”
Eshiley conta que, no primeiro atendimento, alertou o médico sobre o cansaço excessivo da filha. “Cheguei na UPA falando que ela estava cansada, e ele disse que era apenas congestão nasal”, relembra. A bebê foi liberada sem nenhum tipo de exame mais aprofundado, mesmo com os sintomas iniciais de bronquiolite, uma infecção respiratória grave que exige atenção redobrada.
Diagnóstico Tardio de Bronquiolite e Alta Sem Exames Concluídos
A situação se agravou no segundo retorno, na segunda-feira, quando a bebê foi diagnosticada com bronquiolite e recebeu prescrição de medicamentos. Segundo Eshiley, na quarta-feira, o estado de saúde da filha piorou, e mesmo assim a bebê foi liberada antes do hemograma ficar pronto. “Ela estava mal, a médica viu que precisava de internação, e mesmo assim nos mandou embora”, relata.
Emergência Infantil: Transferência Quando Já Era Tarde Demais
A transferência da bebê para a Santa Casa de Misericórdia só ocorreu em estado crítico. “Minha filha chegou praticamente morta, só por isso foi transferida tão rápido”, disse Eshiley. A vaga na Unicamp foi conseguida de forma rápida, mas durante o trajeto até Campinas, a bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
“Eu confiava 100% no sistema de saúde”
Eshiley Campos conta que sempre confiou no sistema público. “Eu confiava 100%. Tanto que quando a médica me disse que minha filha ficaria bem, eu acreditei. Hoje, estou destruída”, desabafa.
Justiça Por Maitê: “Nenhuma mãe merece passar por isso”
A mãe da bebê afirma que buscará justiça pelo que aconteceu com Maitê. “Com toda certeza vou atrás de justiça. Nenhuma mãe merece passar por isso que eu tô passando”, declarou.
Bronquiolite em Bebês e a Falta de Resposta da Saúde Pública
O caso de Maitê chama a atenção para a falta de preparo das emergências pediátricas e reforça a necessidade de atenção a sintomas como falta de ar, cansaço e baixa saturação de oxigênio em recém-nascidos. Casos como esse reacendem o debate sobre negligência médica, atendimento em UPA pediátrica, e falhas na triagem de emergência.
O Fala São João se solidariza com a dor da família e reforça o compromisso com a verdade, a responsabilidade social e a justiça.
