O diretor do Departamento de Cultura, Tarcisio Munhoz, e o assessor da pasta, Luís Paulo Villela, realizaram, nos últimos dias, diversas visitas aos setores da cultura local, como: Estação das Artes, Centro Cultural Pagu e Museu Histórico e Pedagógico Armando de Salles Oliveira. A intenção é que o novo diretor fosse apresentado aos colaboradores.
Na última semana, acompanhados do presidente da Comissão do Arquivo Histórico e do Museu, Antonio Carlos Lorette, eles também visitaram locais importantes da história sanjoanense, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (que possui um sino doado por Dom Pedro II) e a Academia de Letras, onde conheceram desde sua construção, as fases e mudanças pelas quais passaram, além dos dias de hoje.
A visita também se estendeu ao prédio do Senac, que foi inaugurado em 1887 e que, a partir de 1905, funcionou como Fórum e Cadeia. Lá os diretores souberam mais sobre o espaço, as construções ao redor e como ele foi reformado nos anos 2000.
Outro ponto da visita foi o Museu de Arte Sacra, fundado em 1987. O museu reúne um acervo de aproximadamente 10 mil peças, originárias de 18 municípios, que estão organizadas em coleções. A coleção imaginária é formada por peças de madeira, roca, pedra sabão, terracota, papel marche, gesso oco e maciço e metal; a coleção de tecidos contém peças da indumentária litúrgica, toalhas, estandartes; a de metal traz castiçais, vasos, coroas e resplendores; na coleção santinhos, estão os santinhos de papel, terços e rosários, crucifixos, medalhinhas, relíquias de santos; na de livros estão os litúrgicos e os históricos e os sufrágios, que são os santinhos de missa de sétimo dia.
Datadas dos séculos XVIII, XIX e XX, as peças carregam a memória histórica, social e política da sociedade religiosa em suas diferentes épocas. O visitante pode apreciar objetos sacros destinados ao culto e devoção religiosa dos fiéis da Igreja Católica.
Uma das peças mais interessantes é um armário para enxoval de noiva, feito para o casamento do Alferes Joaquim Jose da Silva Xavier, Tiradentes, e Antonia Maria do Espírito Santo, que não se efetivou. Em suas portas existem quatro desenhos, dois deles representando os noivos com roupas da época dos Romanos e duas deles com as roupas da época, com Tiradentes de uniforme militar. A sobrinha de Tiradentes, casada com a família Franco, trouxe o armário para a fazenda Capivari, em Caldas-MG. A peça então foi transferida por Dona Tita de Oliveira à Fazenda Cachoeira, em São João da Boa Vista.
O último lugar visitado foi a casa de Lorette, que tem em seu acervo pessoal inúmeras peças que vão desde quadros de pintores famosos, livros de história e arte, conchas com desenhos talhados e pintados e peças únicas como o molde que foi feito para o Monumento aos Andradas, que é uma homenagem aos irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, cuja atuação foi decisiva para que o Brasil conquistasse autonomia política e administrativa, localizado em Santos-SP.
É importante frisar que tais espaços, com ressalva a residência de Lorette, são abertos ao público para visitação, além dos outros já citados. “A cidade tem uma longa e rica história e que todos deveriam conhecer, não apenas por curiosidade, mas também pela beleza que cada peça e espaço possuem”, destacou o diretor de Cultura.