Exportações agrícolas, café gourmet e máquinas industriais impulsionam saldo positivo da balança comercial no interior de SP
A economia da região de São João da Boa Vista vem colhendo frutos com o fortalecimento do comércio exterior. No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras na região totalizaram impressionantes US$ 377,5 milhões, representando um crescimento de 20,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as importações somaram US$ 88,3 milhões, registrando uma queda de 10,7%, o que resultou em um superávit comercial de US$ 289,2 milhões — um saldo altamente positivo para a balança comercial do agronegócio.
Potência agrícola com foco em exportação de café gourmet
Com forte vocação agrícola, a região se destaca na exportação de café especial, chá, mate, e especiarias, que representaram 74% do total exportado. Outros segmentos de destaque incluem a exportação de animais vivos, produtos químicos inorgânicos e orgânicos, além de máquinas industriais, equipamentos elétricos e frutas tropicais — produtos altamente valorizados no mercado internacional.
Esses números colocam a região como referência para investidores interessados no agronegócio de exportação, comércio de commodities agrícolas e no crescente setor de tecnologia industrial brasileira.
Principais mercados compradores
Os principais países importadores dos produtos da região foram:
- Alemanha (25,9%)
- Estados Unidos (12,7%)
- Itália (10,4%)
- Holanda (6,3%)
Outros mercados em crescimento incluem Suécia, Japão, Espanha, Colômbia e Rússia, revelando o potencial de internacionalização das exportações brasileiras.
Destaques por município: Café e tecnologia lideram
- São José do Rio Pardo exportou US$ 155,9 milhões, sendo 97% em café gourmet, com forte demanda da Alemanha, EUA e Itália.
- Espírito Santo do Pinhal movimentou US$ 113,3 milhões, com destaque para o setor de equipamentos eletrônicos e máquinas industriais, além do café.
- São João da Boa Vista somou US$ 45,9 milhões em vendas externas, com grande participação de produtos químicos de alto valor agregado e equipamentos elétricos.
- Santa Cruz das Palmeiras exportou US$ 23,3 milhões, focando na venda de animais vivos, com mercados como Colômbia, Peru e Estados Unidos.
- Mococa, com US$ 9,4 milhões, apostou em produtos lácteos, mel natural e cereais processados para atender o mercado norte-americano e latino-americano.
Importações recuam com destaque para tecnologia da China e dos EUA
Mesmo com o crescimento das exportações, as importações recuaram. Os principais países de origem dos produtos importados foram:
- China (29,8%)
- Estados Unidos (19,7%)
- Argentina (10,4%)
- Alemanha (5,4%)
Os itens mais importados foram máquinas e equipamentos industriais, leite e laticínios, e materiais elétricos, sinalizando uma demanda regional por tecnologia e insumos para produção.
Tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos afeta confiança de investidores
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) emitiu uma nota de alerta quanto à crise comercial entre EUA e Brasil, agravada pela recente tentativa do presidente norte-americano Donald Trump em impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo o Ciesp, a justificativa americana não se sustenta, já que os EUA acumularam superávit comercial de US$ 91,6 bilhões na última década em relação ao Brasil.
O impacto dessa medida pode comprometer investimentos, dificultar relações bilaterais e afetar negativamente setores estratégicos como agroexportação, manufatura industrial e tecnologia agrícola.
Oportunidades para investidores e empreendedores
Os dados reforçam que a região de São João da Boa Vista é um dos polos emergentes para quem busca oportunidades de negócios no comércio exterior, investimentos em café gourmet de exportação, ou atua nos setores de tecnologia agrícola e indústria de transformação.
Com destaque para municípios como São José do Rio Pardo, Espírito Santo do Pinhal, São João da Boa Vista e Mococa, o interior paulista reafirma seu papel como motor do agronegócio brasileiro e destino ideal para empresas interessadas em exportar para Europa, América do Norte e Ásia.