O Museu Histórico e Pedagógico Dr. Armando de Salles Oliveira apresenta, na próxima semana, a exposição “Da resistência à essência: O movimento negro em São João da Boa Vista”, celebrando o Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
A exposição estará aberta ao público a partir de terça-feira (16) e é organizada pela historiadora Juliana Dominato e pela responsável na manutenção do museu, Rosangela Gimenes.
Serão expostas peças emprestadas do acervo do Museu Histórico Simonense Alaur da Matta, de São Simão-SP, como um aquecedor de senzala, um pilão de madeira e algumas peças de utensílios domésticos. Outras peças que serão exibidas são do próprio museu de São João, que eram usados para a violência contra os escravos, além de um documento que foi encontrado na reserva técnica, que é de transferência de escravos que vieram do Sul de Minas Gerais para São João da Boa Vista.
Estarão expostas também fotos originais e o cartaz do filme “João Negrinho”, cedidas pela produtora Gianelli Filmes do Brasil, responsável pela produção do longa que foi gravado na cidade.
Segundo Juliana, a ideia surgiu pela data ser importante para a cidade. “Percebi que tem pessoas que são muito engajadas e envolvidas nesse movimento. Então pensei que, de certa forma, seria bom tentarmos fazer uma ponte entre a história e a atualidade do que está acontecendo”.
Ela reforça que, muitas vezes, as pessoas vão aos eventos, mas não tem consciência do por quê esse dia é tão importante. “Vale frisar que o movimento negro não é atual, ele faz parte da nossa história desde que os africanos vieram para o Brasil. Há mais de 300 anos temos um movimento negro dentro da história e tudo que eles representam para nós, na formação cultural e histórica das pessoas”, finaliza Juliana.