Na noite de terça-feira, 13 de junho, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou a morte de uma mulher de 28 anos, moradora de Hortolândia, devido à febre maculosa contraída no município. Na tarde do mesmo dia, a Secretaria também confirmou a morte de um empresário de 42 anos, residente em Jundiaí, que também contraiu a doença na região.
No dia 12 de junho, a Secretaria já havia confirmado a causa da morte da namorada do empresário, uma dentista de 36 anos de São Paulo, também devido à febre maculosa. As três vítimas faleceram no dia 8 de junho. Suspeita-se que a infecção tenha ocorrido durante um evento realizado na Fazenda Santa Margarida, em Joaquim Egídio, região leste de Campinas. Esses casos indicam um surto de febre maculosa, sendo que Joaquim Egídio é considerado uma área de risco para a doença.
Além disso, na tarde de terça-feira, foi identificado mais um caso suspeito de febre maculosa relacionado ao evento ocorrido na Fazenda Santa Margarida em 27 de maio. Trata-se de uma adolescente de 16 anos, residente em Campinas, que foi hospitalizada em 9 de junho e permanece internada. O caso já havia sido notificado como suspeito de febre maculosa, dengue, leptospirose ou meningite, mas a família só mencionou o evento na Fazenda Santa Margarida após a divulgação na imprensa. Amostras estão sendo analisadas no Instituto Adolfo Lutz para confirmar a causa da doença.
Após a notificação dos casos em 12 de junho, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) iniciou uma série de ações preventivas, de informação e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida. A propriedade só poderá realizar novos eventos após apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. Os responsáveis pelo local foram informados sobre a importância de sinalizar o risco de febre maculosa.
É fundamental que as pessoas adotem comportamentos seguros ao frequentar esses espaços e, caso apresentem sinais e sintomas após a visita, informem ao médico facilitando o diagnóstico. Nos próximos dias, técnicos do Devisa realizarão uma pesquisa para avaliar a infestação de carrapatos (pesquisa acarológica) na área.
A febre maculosa é uma doença curável, mas o tratamento deve ser iniciado precocemente com antibióticos adequados. A diretora do Devisa, Andrea von Zuben, destaca que o principal sintoma da doença é a febre alta, que pode ser confundida com outras enfermidades. Por isso, é importante que os médicos questionem e os pacientes relatem se estiveram em áreas com presença de carrapatos ou capivaras. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente.